O caminho cristão é, por natureza, um caminho conjunto. Ao longo da história, a busca pela unidade foi um desafio constante, refletindo um complexo mosaico de tradições e crenças que surgiram desde o primeiro Pentecostes. Este mosaico, por vezes fragmentado, tem um aliado notável em sua tentativa de se unir novamente: o Papa Francisco.
O Papa Francisco emergiu como um farol para a unidade em meio à diversidade, sempre advogando pela criação de caminhos comuns. Esta visão se materializou de maneira notável na convocação do Sínodo da Sinodalidade. Mais do que um evento eclesiástico, o Sínodo é um chamado para toda a Igreja Católica, reforçando a necessidade de caminhar juntos.
Atualmente, vivemos em uma sociedade polarizada, onde divisões e conflitos encontram reflexo até mesmo dentro da Igreja. Mas Francisco visualiza os crentes como “mestres de unidade, de comunhão, de escuta e de diálogo”, buscando sempre o discernimento em comum. Esta é a essência do Sínodo, um evento que começou com uma poderosa oração ecumênica, simbolizando confiança e esperança no Espírito Santo.
A jornada sinodal não é apenas para os católicos. É um chamado ecumênico, aberto a todos os cristãos, independentemente de sua denominação. A visão do Romano Pontífice, orando ao lado de líderes de outras tradições cristãs, como o Primaz Anglicano e o Patriarca Ortodoxo, é um testemunho da possibilidade de caminhar juntos. É uma celebração da sinodalidade, da escuta mútua, do diálogo e da criação de caminhos comuns.
E, como observado na oração ecumênica, a responsabilidade também se estende ao cuidado de nossa casa comum. Em um mundo onde as consequências das mudanças climáticas tornam-se cada vez mais palpáveis, este é um chamado que ultrapassa fronteiras religiosas, clamando por uma ação coletiva em nome dos mais vulneráveis.
No entanto, o caminho para a sinodalidade não é barulhento. É, em essência, uma jornada silenciosa, onde a reflexão e a contemplação se destacam. O Papa Francisco frequentemente enfatiza a importância do silêncio, acreditando que ele é a chave para a unidade e para a verdadeira sinodalidade. Talvez, conforme nos ensina o Pontífice, a unidade cresça no “silêncio da Cruz”.
Leci Nascimento, Presidente do CNLB no Regional Leste 2 e Contato Sinodal da Arquidiocese de Mariana, capturou essa essência em sua entrevista concedida ao Jornal Pastoral da Arquidiocese de Mariana. De acordo com Leci, em tempos de adversidade, a ação do Espírito Santo sempre brilha. Hoje, sentimos essa presença, um momento de graça e oportunidade. É o desejo de ser verdadeiramente a Igreja de Jesus Cristo, caminhando juntos, levando esperança e alegria para todos os cantos do mundo. Em última análise, a verdadeira sinodalidade é reconhecer e responder às necessidades mais profundas da humanidade: de alimento, justiça, igualdade e, acima de tudo, do amor incondicional de Deus.
Em 10 de outubro de 2021, o Sumo Pontífice, Papa Francisco, deu início ao Sínodo da Sinodalidade com o propósito de se aprofundar no assunto “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. O Sínodo dos Bispos funciona como um corpo consultivo, onde os bispos globais são convocados para contribuir no comando da Igreja, oferecendo ao Papa orientações sobre temas pertinentes à Igreja global. O termo “sínodo” tem origem grega e transmite o conceito de “andar juntos”.
Com um período planejado de três anos (de outubro de 2021 a outubro de 2024), o Sínodo da Sinodalidade atravessou diversas etapas de audição e discernimento. A visão do Papa Francisco é que a Igreja como um todo medite sobre a sinodalidade, incentivando que todos — bispos, clérigos, religiosos e leigos, de todas as idades e gêneros — se envolvam no diálogo sobre nossa jornada coletiva e sua execução.
No próximo dia 4 de outubro, será inaugurada a primeira etapa da XVI Assembleia Geral Ordinária, um momento onde os bispos e outros delegados se juntam para avaliar as conclusões das fases iniciais de consulta. Neste Sínodo, tal assembleia ocorrerá em duas etapas, separadas por um ano: de 4 a 29 de outubro de 2023 e, novamente, em outubro de 2024.
Confira abaixo este vídeo onde o Papa Francisco nos convida a rezar pelos bons frutos deste Sínodo: